Notícias

Água encanada sem flúor é descaso com pernambucanos

No dia dedicado mundialmente à comemoração da água, 22 de março, o Dr. Eduardo Vanconcelos, presidente do Conselho Regional de Odontologia (CRO) de Pernambuco, defendeu em 2022, em artigo publicado no "Diário de Pernambuco", o direito de pernambucanos terem acesso à água fluoretada.

No texto, intitulado "Água encanada sem flúor é descaso com pernambucanos" ele diz que "não existem argumentos convincentes, sejam técnicos, políticos ou orçamentários capazes de justificar o descaso com a saúde bucal das pessoas".
 
Reproduzimos, a seguir, a integra do artigo:
 
"A importância do Dia Mundial da Saúde Bucal vai além de ensinar para a forma correta de escovar os dentes. Para isso, é necessária uma discussão consciente e honesta, sempre lembrando que a saúde integral começa pela boca. No Brasil, infelizmente, adotar bons hábitos de higiene bucal e manter visitas frequentes ao cirurgião-dentista requer um comprometimento financeiro difícil de ser seguido por todas as classes sociais. Por isso, nosso país tem cerca de 14 milhões de brasileiros sem todos os dentes, segundo o IBGE.
 
A saúde bucal é essencial para a qualidade de vida. Não havendo esse equilíbrio, é comum surgir cáries que resultam em doenças periodontais e perda dos dentes. São fatores de risco para outras doenças ainda mais graves para o corpo, como problemas cardiovasculares. Em Pernambuco, a falta de articulação do setor público estadual e municipal, sem a garantia do retorno seguro das atividades das equipes de Saúde Bucal, ainda é um empecilho.
 
Hoje, no Dia Mundial da Água, é importante lembrar uma forma simples e eficaz que pode evitar esses problemas: a fluoretação da água encanada. Há anos, o Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco reivindica um comprometimento do Governo de Pernambuco no cumprimento da Lei 6050/74, que torna obrigatória a fluoretação das águas. O procedimento é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma medida de saúde pública, pois ajuda a prevenir o aparecimento de cáries na população. Além disso, a adição de flúor não possui efeito colateral e é muito mais em conta para o Estado do que o tratamento odontológico necessário, custando menos de R$ 1 por habitante.
 
Não existem argumentos convincentes, sejam técnicos, políticos ou orçamentários capazes de justificar o descaso com a saúde bucal das pessoas. Infelizmente, os gestores municipais, estaduais e federais, além de não profissionalizar a Gestão de Saúde Bucal, demonstram mais essa negligência."